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Consentimento informado: o que realmente precisa ter para proteger o médico

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    Elisa Cardoso
  • há 3 dias
  • 2 min de leitura
Consentimento informado
Consentimento informado: o que realmente precisa ter para proteger o médico

O consentimento informado costuma ser visto apenas como “mais um papel para assinar”, mas na prática é uma das principais garantias jurídicas para o médico e um direito essencial do paciente. Quando bem elaborado, ele evita ruídos, reduz conflitos e até previne judicializações. Mas para isso, não basta entregar um formulário padrão. O documento precisa ser claro, completo e adaptado ao caso.


✔️ O que não pode faltar no consentimento informado


Para que o termo tenha valor jurídico e realmente ajude o profissional, ele deve incluir:


1. Identificação básica

Nome do paciente, do médico e o procedimento que será realizado — nada de termos genéricos como “cirurgia” ou “tratamento”.


2. Explicação simples do que será feito

O paciente precisa entender, sem juridiquês e sem termos técnicos excessivos, o que será feito, como será feito e qual é o objetivo do procedimento.


3. Riscos e possíveis complicações

Aqui mora a maior causa de ações na área da saúde: risco não explicado. É importante listar riscos comuns, relevantes e também aqueles menos frequentes, mas que podem causar impacto significativo.


4. Benefícios esperados

Mostrar o que se espera atingir com o procedimento, sempre com cautela. O documento não é espaço para prometer resultado.


5. Alternativas ao tratamento

O paciente deve saber que existem outras opções — inclusive a opção de não fazer nada naquele momento.


6. Consequências da não realização

Explicar o que pode acontecer se o paciente decidir não realizar o tratamento. Isso também faz parte do dever de informação.


7. Registro de que houve espaço para dúvidas

O consentimento deve deixar claro que o paciente recebeu explicações e teve suas perguntas respondidas.

8. Assinaturas


Paciente, médico e, quando possível, testemunhas (especialmente em procedimentos de maior risco).


✔️ Quando o consentimento NÃO isenta o médico

Um equívoco comum é achar que o consentimento informado funciona como uma “carta branca”. Ele não afasta responsabilidade em situações como:

  • Erro técnico ou falha na execução do procedimento

  • Negligência no acompanhamento

  • Explicações insuficientes ou genéricas

  • Falta de registro no prontuário sobre a orientação prestada

Ou seja: o documento ajuda (muito), mas não substitui as boas práticas.


✔️ Modelos, cuidados e os erros mais comuns

Alguns deslizes são muito frequentes na rotina:

  • Usar termos padronizados e genéricos

  • Não personalizar o documento conforme o caso clínico

  • Omitir riscos relevantes

  • Pedir a assinatura sem explicar verbalmente antes

  • Não registrar a conversa no prontuário

  • Utilizar linguagem técnica demais

Um bom modelo deve ser simples, adaptável e revisado periodicamente, especialmente em procedimentos ligados a protocolos atualizados pelo CFM.


Conclusão

O consentimento informado funciona como uma ponte entre médico e paciente: estabelece clareza, confiança e reduz sensivelmente o risco jurídico. Quanto mais transparente e personalizado for, maior a sua força.


Elisa Cardoso - @elisascardoso

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Elisa Cardoso | Advogada | Direito Médico e da Saúde

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